Carrington (1995)

  Um dos melhores filmes que já assisti,são poucos os que nos instigam a conhecer mais a fundo a história.

  Christopher Hampton deslumbra-nos com este surpreendente filme sobre Dora Carrington, uma pintora que só atinge reconhecimento depois da morte (e as suas biografias surgem apenas depois do filme). Mas o filme não visa a pintora, mas sim a pessoa, e a sua relação com Lytton Strachey, escritor inglês.
É dificil conceber relação mais estranha, já que um não consegue, de facto, passar sem o outro, apesar de Lytton ser homossexual assumido e Carrington ter vários amantes. A relação não chega a vias de facto, mas o amor entre eles é bastante real (Lytton comenta às portas da morte que Carrington foi a única pessoa que realmente amou) e Carrington suicida-se pouco depois da sua morte.
Emma Thompson está no seu melhor, Jonathan Price convence-nos realmente que é Lytton, Christopher Hampton presenteia-nos com milhares de segundos inesquecíveis e Michael Nyman garante uma banda sonora original brilhante!
Mas Carrington é muito mais do qualquer dos actores, do realizador ou do compositor. Carrington ganha vida própria e o mais surpreendente é que tudo isto aconteceu de facto entre 1916 e 1932...